quinta-feira, maio 26, 2011

"Kill the messenger"?

Há uns tempos, quando uma aluna agrediu uma professora que lhe retirara o telemóvel numa aula, recordo que o primeiro cuidado foi procurar saber quem filmara a cena e a colocara no YouTube, para a respetiva responsabilização criminal. 

Agora, perante a difusão, pela internet, de  brutal agressão de que uma adolescente foi objeto por parte de duas colegas, a televisão portuguesa entrevistou "sumidades" sobre a gravidade... da filmagem e difusão da cena. Com a descoberta de que o "realizador" tem antecedentes criminais, as consciências acalmaram-se. 

A divulgação de ambas as cenas, independentemente da motivação de quem o fez, acaba por ter um efeito pedagógico. Eu diria mais: acaba por permitir que alguém trate dos factos ocorridos, o que provavelmente não aconteceria se o YouTube não tivesse intervindo.

12 comentários:

Guilherme Sanches disse...

Chocaram-me muito as imagens deste caso mais recente. É tudo muito grave, incluindo a difusão das imagens na Internet.
E não é igualmente grave passá-las vezes infinitas nos noticiários das televisões?...

Un abraço

Helena Sacadura Cabral disse...

Resta saber se terá de facto esse efeito pedagógico. A culpa costuma morrer solteira em Portugal. E, com a actual legislação penal portuguesa e as idades das "crianças", o mais provável será - se houver - uma rápida admoestação.
Não se sabe é exactamente a quem.
Porque se é verdade que houve agressão e violência, também irão surgir as "atenuantes" das famílias de imigrantes desestruturadas e tudo o que isso acarreta de impunidade consentida!

diogo disse...

" famílias de imigrantes desestruturadas " , se os expulsarem deixam de estar desestruturadas , e a maior parte delas a viver à conta da segurança social .

ARPires disse...

Mudar para 14 anos a idade mínima, para responsabilizar estas "criancinhas" pelos seus actos impõe-se.
"Não é de pequenino que se torce o pepino".

Anónimo disse...

O que vale é que as outras famílias, as dos nativos não-imigrados, as nossas, são todas muito bem estruturadinhas e nada disto nelas poderia nunca acontecer. Valha-nos santa engrácia!

Anónimo disse...

Não haverá nada mais inteligente a escrever acerca deste deplorável caso do que comentários xenófobos?
Serão as nossas famílias de emigrantes perfeitas?
Gostamos de ver os nossos compatriotas tratados como parasitas das seguranças sociais dos países onde trabalham?

José Barros disse...

Sim, e cerca de 5 (Cinco) milhões de portugueses são “imigrantes” algures...

Pedro Oliveira disse...

(Helena Sacadura Cabral) Infelizmente é verdade, temo mesmo que a culpa morra solteira, uma vez mais...(DSK (EUA) Vs Psiquiatra Villas-Boas (Portugal))
Digo-lhe com grande sentido de responsabilidade, de pai que sou, sinto-me com MEDO (é este o meu verdadeiro estado), o que escolher e como educar o meu filho? Não quero isto para ele. Contudo, e se a sociedade assim for? Tenho que educá-lo na base da agressão para que não fique espectante, de boa fé (educação), enquanto é espancado?
Como disse Dr. Rogério Alves, "tem que haver consequências".

Rui Franco disse...

Fala-se de sociedade e mudanças. Por mim, a única coisa que aqui vejo de diferente é a capacidade de gravar o que se passa.

Não me venham convencer que coisas destas não aconteciam "antigamente".

(até aconteciam com patrocínio do Estado...)

Importante: o telemóvel usado para gravar a agressão é de origem estrangeira (o patife).

Unknown disse...

Permitam-me o comentário estupidamente irónico: a culpada foi a moça agredida que não tinha nada que se meter à frente das bofetadas e dos pontapés que as outras lhe deram. Há que entender bem as coisas.

Valha-nos a Senhora da Agrela, que não há santa como ela...

Pedro Oliveira disse...

Caríssimo Catinga.
Tem toda a razão no que diz, que antigamente também existiam coisas "destas". Mas posso-lhe assegurar que não eram com tamanho rancor e violência, diga-se gratuita. Por mim falo, que quando existia certos episódios idênticos (na escola), por uma questão de honra (muitos não saberão o que é), a luta, servia unicamente para medir forças... tipo, reino animal, o mais "fraco", afastava-se e pedia desculpa. Não havia ESPANCAMENTOS entre pessoas de 13/14/15 anos (muito menos pontapés na cabeça).
Gosto de dizê-lo, apesar de já não pertencer bem a esse tempo, para mim a palavra e um bom aperto de mão vale mais que muita coisa! Chama-se a isso, educação, é coisa que falta, em muito, a este país.

Anónimo disse...

Já fui assaltada e espancada por um jovem negro para me roubar um telemóvel (em plena luz do dia, sem ter oferecido resistência) e nunca fiz qualquer comentário depreciativo sobre a sua origem africana.

No entanto, quando ouço as associações SOS disto e daquilo falarem de xenofobia, sinto alguma revolta.

Suponhamos que era especialista em artes marciais e dava uma valente tareia ao assaltante. Era considerado um acto em legítima defesa?

Claro que não! Era um acto puramente racista.

Estamos a falar da 2ª geração, já nasceram em Portugal, deviam ter algum amor pelo SEU PAÍS.

Considero que atitudes racistas, são as criadas por estes próprios jovens que deitam a perder a imagem que os próprios pais se esforçaram por construir.

Há pessoas civilizadas e "animalescas" em todas as raças.

Considero as imagens de uma brutalidade descomunal e lamento que não haja sensibilidade para salvaguardar a imagem da jovem agredida porque vai ficar com sequelas para a vida.

Isabel BP

Maduro e a democracia

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