quinta-feira, outubro 29, 2009

Ben Barka

Faz hoje precisamente 44 anos que Ben Barka, líder democrático marroquino, foi raptado à porta da Brasserie Lipp, no boulevard St. Germain. Seria depois assassinado, num "affaire" sórdido, de contornos nunca totalmente bem definidos, que tem uma versão que é sintetizada aqui.

Almocei lá hoje com dois amigos, em jeito de memória.

2 comentários:

ARD disse...

É difícil, hoje, para quem tenha menos de 50 anos, imaginar o que representou “l’Affaire Bem Barka” nos anos 70.
Bem Barka era um líder respeitadíssimo no chamado Terceiro Mundo, um dos dirigentes da Tricontinental, amigo de Che Guevara e Amílcar Cabral, que tinha ganho o apelido (elogioso…) de “caixeiro viajante da Revolução”.
O seu assassinato, ordenado pessoalmente pelo rei de Marrocos, esse o menino bonito do Ocidente, foi preparado pela polícia marroquina, assessorada pela SDECE (seviços de informaçõeses franceses) e pela Mossad e executado por outra sinistra personalidade, o general Oufkir, ministro do interior e mão direita do rei para as mais sórdidas tarefas.
Oufkir seria mais tarde abatido, também, pelos esbirros de Hassan II, acusado de encabeçar um golpe de estado “republicano”; ao que parece, temia ser executado, como foram numerosas outras figuras ligadas ao “affaire”, e tentou antecipar-se à queima de arquivo, urdindo o golpe.
A figura de Bem Barka está mais ou menos esquecida; é bom que haja quem o lembre.

Helena Oneto disse...

Sim, sem dúvida que é importante relembrar a memória de Ben Barka. Bem haja a iniciativa de FSC e obrigada a Gil que, com o seu comentário, nos esclarece um pouco mais sobre um dos mais sinistros crimes politicos da história da Républica Francesa.

Carlos Antunes

Há uns anos, escrevi por aqui mais ou menos isto: "Guardo (...) um almoço magnífico com o Carlos Antunes, organizado pelo António Dias,...