quarta-feira, outubro 06, 2010

Centro para o Desconhecido

António Champalimaud ficou na memória dos portugueses como um inovador, vigoroso e polémico "capitão" da indústria e da finança que, depois de ter tido atritos com o Estado Novo e de ter sido conjunturalmente derrotado pela Revolução, durante a qual viu nacionalizados os seus bens, refez no estrangeiro a sua vida e conseguiu regressar à liderança de um dos mais importantes grupos económicos portugueses.

Com a sua morte, surgiu uma surpresa: deixou em herança uma importante fortuna para uma fundação que leva o seu nome e que, ontem, inaugurou as suas novas instalações em Lisboa. A investigação na área da saúde, que tem vindo a premiar nos últimos anos investigadores internacionais, passa agora a dispor, em Portugal, de um magnífico centro.

Não pude aceitar o convite que a presidente da Fundação Champalimaud, Dra. Leonor Beleza, me formulou para estar ontem presente na inauguração das novas instalações do "Centro Champalimaud para o Desconhecido". Mas, a meu convite, a Embaixada de Portugal em Paris terá, em 2010, o grato gosto de acolher o júri do seu prémio anual, do qual fazem parte figuras tão prestigiadas como Simone Veil, Amartya Sen ou Jacques Delors. 

6 comentários:

Mônica disse...

E sempre bom a gente aqui do Brasil ver como um país consegue fazer do turismo um grande negocio
com carinho MOnica

LP disse...

Como qualquer mortal, uns gostaram deste senhor outros não. Mas, uma coisa é certa, ninguém lhe pode, ou deve, ser injusto; foi empreendedor e não foi só economicista.

Podia ser mais uma pessoa rica a viver dos luxos que a vida, desde berço, lhe deu. Não lhe chegando, e por ter uma ambição para além da carteira recheada, investiu a sua riqueza (ou o nome desta), e desenvolveu com mais valias económico-sociais.

Já era uma figura que admirava pela sua determinação e coragem em enfrentar a agressividade social a que estava, naturalmente, exposto e, postumamente subiu uns bons pontos na minha consideração por permitir com o seu legado a obra referenciada no artigo.

Nunca ouvi dizer que exigisse mais que aquilo que os seus “súbditos” estavam obrigados.

Uma história que me contaram: Era o primeiro a chegar ao trabalho.

Anónimo disse...

Uma excelente surpresa, a ideia da criação daquela Fundação, da parte de António Champalimaud. E não menos excelente o desejo de ter querido ver à frente dos seus destinos uma grande senhora, na pessoa de Leonor Beleza.
P.Rufino

Helena Sacadura Cabral disse...

Desta vez não percebo o comentário de Mónica. Porquê turismo, quando a Fundação se dedica à investigação científica?
Conheci António Champalimaud e considero que ele possuia uma força de carácter que fez deste país, no passado, uma terra de vencedores. E, apesar de lhe terem nacionalizado os bens, de se ter exilado no Brasil e reconstituído ali a sua fortuna, foi aqui, na sua pátria que quiz morrer e a Portugal que deixou os seus benefícios. Merece respeito, quer se goste ou não dele!

Anónimo disse...

Subscrevo inteiramente a última frase de Helena Sacadura Cabral. Um comentário muito pertinente, Estimada Helena.
P.Rufino

Anónimo disse...

"Centro para o desconhecido"

"Merece respeito, quer se goste ou não dele!" (HSC:2010)

Oh se merece... Pelo menos na despedida tomou a decisão de ajudar a viver...
Isabel Seixas

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